-
Arquitetos: Marcos Bertoldi Arquitetos
- Área: 428 m²
- Ano: 2016
-
Fotografias:Alessandra Okazaki
-
Fabricantes: Alfio Lisi, Alma Light, Atelier Fernando Mendes, Decameron, E:light, Formus, Futon Company, Glauco Menta, Holaria, Jader Almeida, Kartell, Kraft, Lumini, Ovo, Paolo Ridolfi, Villa Batel, estudiobola
Conceito: A casa pode ser descrita como uma caixa de sensações e experiências. Interiores em proporções variadas (largura, profundidade e altura) são acessados por percursos verticais e horizontais, onde, a cada momento a geografia interna dos espaços se revela. O deslocamento conduz o olhar através de perspectivas e pontos focais. Percepções conectadas à paisagem externa, natural e construída e moduladas pela luz e pela atmosfera, são percebidas através do vazio central proposto e das grandes esquadrias presentes nas faces menores do prisma.
Solução arquitetônica: O projeto se desenvolve, nos seus espaços principais em torno de um vazio central, presente nos três pavimentos. No andar inferior este vazio dá lugar a um pátio ajardinado com marantas barriga de sapo e uma árvore, levando luz e ventilação naturais para a garagem e o acesso diário dos moradores. Através do vazio compreendemos como circulamos no projeto e acessamos visualmente os outros ambientes da casa, temos ainda dois níveis de ajardinamento, (floreira e pátio), além da percepção do azul do céu.
Gerar um nível adequado de privacidade, evitando muitas aberturas para as duas fachadas laterais da casa, foi uma preocupação inicial e fez com que voltássemos a sala principal para a rua e o quarto do casal para a mata ao fundo do terreno. Deste modo surge o vazio a céu aberto e em pé-direito triplo para compensar a falta de aberturas na parte mais central do projeto. O piso branco funciona como uma superfície refletora desta luminosidade natural.
Os espaços se apresentam de maneira extrovertida e integrada, mesmo as salas frontais, menos utilizadas, permanecem visualmente acessíveis a partir do vazio envidraçado e da circulação em passarela instalada no pé-direito duplo de acesso à área íntima. Da mesma forma, a partir dos espaços mais sociais da casa, temos acesso visual às áreas mais íntimas e quartos. A casa reage constantemente às condições climáticas e atmosféricas. Uma arquitetura que se propõe a aproximar usos e atividades cotidianas à natureza.
Relação com o entorno: A casa está situada num condomínio residencial fechado de vizinhança homogênea. As dimensões do lote e os parâmetros construtivos compartilhados por todos definem a volumetria do conjunto das casas. O terreno em aclive nos permitiu posicionar o pavimento térreo vários metros acima do nível da rua, o que foi conveniente para as salas principais que tiveram o seu campo de visão alargado.
Aos fundos, uma estreita faixa natural interna ao condomínio e um morro com cobertura nativa garantem as visuais e a privacidade para o quarto do casal e áreas da piscina. Arquitetura e design de interiores: Os elementos maiores - como o balcão amarelo, a mesa de jantar e o sofá - estruturam a composição, peças menores em posicionamento mais livre e informal movimentam o arranjo. A solução em organização assimétrica busca equilibrar espaços ocupados e vazios num conjunto de mobiliário autoral brasileiro que sublinha a arquitetura proposta. Materiais, cores e texturas variadas atraem o olhar, obras de arte e objetos pontuam a decoração.